Facchini

Montadoras de caminhões retomam produção, mas 2012 deverá ser menor que 2011

Aconteceu o óbvio quanto à produção de caminhões no Brasil no mês de fevereiro. Com os resultados comparados aos de janeiro, quando as montadoras pararam e a fabricação desabou 75% no primeiro mês do ano, o desempenho do setor cresceu quase 250%, passando de 3.438 unidades para 11.974 caminhões fabricados.
Apesar da retomada da atividade, esse volume de novos veículos é muito menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. A queda foi de 28,8% e, se considerarmos a soma dos resultados no primeiro bimestre de 2012, a queda é muito maior, 50,3%: fato que pode sinalizar um recuo do desempenho das montadoras ante 2011.
Os segmentos que lideraram essa recuperação foram os semipesados, com crescimento de 401% em fevereiro, comparando com janeiro, e os leves, que tiveram fabricação 261% maior nessa mesma base de comparação. Os pesados vieram logo atrás com alta de 177% e, os médios, com 138,6%. Mesmo com a recuperação da atividade, os semileves continuam em baixa, dessa vez de 36,5%. Apesar disso, todos os segmentos apresentaram retração na produção quando se olha para os números de fevereiro de 2011. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgados na terça-feira.

Vendas
E não foi apenas a produção que recuou em fevereiro.  As vendas também caíram em relação a janeiro (16%) e quando comparadas ao mesmo mês do ano passado (14,2%).  No bimestre, a retração é de 4,1%. Foram comercializados 10.930 veículos no mês passado e, na soma do ano, 23.947 unidades. Na soma dos dois meses, o destaque positivo ficou com o desempenho das vendas de pesados, que foram as únicas a crescer (6,4%) em 2012, até o momento.
As demais categorias apresentam vendas menores do que em 2011. Apesar disso, das nove montadoras associadas à Anfavea, apenas duas apresentaram crescimento: a Volvo, com 19,5%, e a International, com 157%. A disparada se deve ao baixo número de vendas do ano passado.
As demais recuaram. A que menos perdeu foi a Iveco, que ficou praticamente estável com 0,1% a menos, indicador que equivale a apenas três unidades a menos vendidas. Na soma dos dois meses, a MAN (que detém a marca Volkswagen) continua na liderança com 6.788 unidades comercializadas, seguida pela Mercedes-Benz, com 6.356 caminhões novos no mercado. A Ford vem com 2.138 veículos, em terceiro. A Volvo ficou em quarto, com 1.549, a Iveco em quinto, com 1.169 e, a Scania, em sexto, com 1.116 unidades. As demais não apresentam vendas relevantes no mercado.

Ônibus e automóveis
Na categoria dos veículos de transporte de passageiros (incluindo chassis), as vendas de fevereiro seguiram caminho próprio com crescimento de 5,2%. Já na soma do bimestre, o saldo está positivo em 4,9%. Foram licenciados, no mês passado, 2.753 unidades, que somam 5.350 veículos no ano.
O momento de recuo foi sentido também pelas montadoras de automóveis. A produção em fevereiro de 2012, quando comparada a 2011, despencou 26%, enquanto as vendas apresentaram saldo negativo de 8,2%. Dentre as quatro mais tradicionais empresas que atuam no Brasil, a GM voltou ao seu tradicional terceiro lugar de mercado, com o avanço da Fiat e da Volkswagen em fevereiro.
As vendas da norte-americana por aqui somaram 91.590 veículos. A Fiat retomou o posto de marca mais vendida com 107.327 unidades. Em segundo, está a alemã Volkswagen, com 101.983 carros comercializados. Em quarto a Ford, 44.965 unidades novas colocadas no mercado. No total, o primeiro bimestre de 2012 registrou vendas totais de 488.493 veículos de passeio e comerciais leves, um indicador praticamente estável com os números de 2011, quando o mercado consumiu 488.947 unidades.

Investimentos
A Anfavea apresentou os números dos investimentos do setor no Brasil. A entidade aproveitou os recentes anúncios da GM para uma fábrica de transmissões em Santa Catarina ao valor de R$ 710 milhões, e da Ford, para a construção de uma unidade de motores no Nordeste, a primeira da empresa naquela região, para informar que no total a industria automobilística e de autopeças devem levar à marca de US$ 100 bilhões investidos no Brasil. O período analisado vai desde 1980 até 2015.
Outros aportes que o Brasil terá e que não foram alvo da Anfavea são os de uma nova fábrica no Espírito Santo, a Bramo que passará a montar a marca SsangYoung, e outras, em um investimento de US$ 300 milhões. Sem contar ainda com os investimentos das chinesas JAC e da Chery. No total, o Brasil tem, atualmente, 19 montadoras e 500 fornecedoras de autopeças.
Além disso, a Case New Holland (CNH), do grupo Fiat Industrial, assinou protocolo com o estado de Minas Gerais para lançar as bases para um investimento de R$ 600 milhões em uma nova fábrica de equipamentos de construção em Montes Claros, no norte do Estado.
A nova fábrica está programada para iniciar operações em 2014 e terá um polo fornecedor de peças e componentes que será estabelecido na área vizinha à fábrica. A área total do complexo em Montes Claros deverá atingir 2 milhões de metros quadrados, com 700 mil metros quadrados dedicados à própria planta.
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