Facchini

Mercedes-Benz toma a liderança do mercado de caminhões

A Mercedes-Benz tem motivos além de seu aniversário de 60 anos no mercado brasileiro para comemorar. A empresa superou sua principal concorrente, a MAN, e conquistou a liderança das vendas de caminhões no acumulado de janeiro a abril. Em tempos de demanda muito retraída, foram vendidos 5,3 mil caminhões da marca no Brasil. O volume é 14,6% inferior ao registrado em igual período do ano passado, mas ainda assim representa queda bem mais branda do que a sentida pelo mercado total, que encolheu 31,7% no período.
Com o resultado, a Mercedes-Benz conquistou expressivos 6,1 pontos porcentuais de participação nas vendas e respondeu por 30,7% dos licenciamentos do primeiro quadrimestre. O resultado inclui todos os modelos de caminhões da linha, desde semileves até extrapesados. O crescimento no Brasil reflete a ofensiva comercial da empresa. Mesmo com a crise nas vendas, a fabricante seguiu apresentando atualizações em seus produtos, além de investir na oferta de serviços que buscam reduzir os custos dos frotistas. 
A MAN Latin America, que vende caminhões das marcas MAN e Volkswagen, desceu à segunda posição no ranking de vendas do segmento, com 1,3 ponto porcentual de market share a menos do que no mesmo período de 2015. A empresa, que tradicionalmente lidera as vendas de caminhões acima de 6 toneladas, entregou no mercado brasileiro 4,7 mil unidades, com retração de 34,8%. A companhia, no entanto, anunciou recentemente plano para aquecer os negócios. O programa Vire a Chave pretende deixar a crise de lado e impulsionar o crescimento.

FORD É A MARCA QUE MAIS PERDE 
A verdade é que, apesar de a MAN ter perdido mercado, a maior parte da participação conquistada pela Mercedes-Benz no primeiro quadrimestre foi tomada da Ford. A montadora foi a que mais entregou market share entre janeiro e abril, com redução de 4,2 pontos em sua presença nas vendas, para 14,8%. As entregas da companhia caíram 46,9%, para apenas 2,5 mil veículos. 
A redução acontece depois de a montadora ter fechado 2015 com bons resultados de mercado. No ano passado a empresa recuperou o posto de terceira colocada no ranking de vendas de caminhões ao superar a Volvo, que se mantinha firme na posição. O crescimento no período foi resultado da ampliação da gama de caminhões da Ford.
Agora, no entanto, a empresa voltou a se aproximar da companhia sueca, que aparece em quarto lugar no ranking de vendas, com 12% de market share. A Volvo ganhou 1,2 ponto porcentual de presença nas vendas entre janeiro e abril na comparação com o mesmo período do ano passado. Os emplacamentos da marca somaram 2 mil caminhões, com queda de 24,1%.
A conterrânea sueca Scania manteve sua quinta posição entre as montadoras de caminhões com leve ganho de participação. A companhia conquistou 0,6 ponto de presença de mercado e respondeu por 7,3% do total vendido. A empresa mantém atuação consistente no segmento pesado e tradicionalmente não apresenta grandes variações em seu market share, já que só produz seus veículos depois de eles serem encomendados e, portanto, não faz promoções para girar o estoque. 
Na sexta colocação está a Iveco, com apenas 974 caminhões vendidos entre janeiro a abril deste ano. O volume é 35,4% menor do que o negociado há um ano. Com a queda, a empresa entregou pequena fatia de 0,3 ponto de participação e ficou com 5,7% de market share no período. 
DAF SEGUE EM EXPANSÃO 
A única fabricante de caminhão que conseguiu ampliar o volume de vendas no primeiro quadrimestre foi a DAF. Os emplacamentos de veículos da montadora avançaram 63,2%, mas ainda seguem em patamar baixo, de 191 unidades. A evolução é natural, já que a companhia, recém-chegada no Brasil, passa por momento de expansão da rede de concessionárias e dos negócios locais. Com o resultado, a montadora garantiu 1,1% de participação no mercado brasileiro.
A brasileira Agrale não chegou a ampliar as vendas, mas teve queda mais sutil do que a do mercado total de caminhões. As vendas da empresa encolheram 6,9% para 94 unidades. Outra empresa de baixos volumes que aparece no ranking é a International, que entregou 22 unidades no início do ano. A companhia paralisou a produção no Brasil desde outubro passado, mas segue negociando alguns veículos em estoque. 
A 10ª marca de caminhões mais vendida foi a chinesa Foton, com 12 emplacamentos. O volume é 50% menor do que o emplacado há um ano. Nos próximos meses a empresa começa a montar seus veículos no Brasil em parceria com a Agrale. No primeiro semestre de 2017 está prevista inauguração de fábrica própria em Guaíba (RS), ainda que os volumes tão tímidos não justifiquem o investimento de R$ 160 milhões previsto para a unidade.
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