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Recurso pode suspender falência da Guerra Implementos Rodoviários

Apesar da falência decretada no último dia 8 de novembro, a história da Guerra Implementos Rodoviários ganhou um novo capítulo nesta semana.
Com o intuito de suspender e reverter o decreto da juíza Maria Olivier, da 4ª Vara Cível de Caxias do Sul, o advogado no processo de recuperação judicial da empresa, Angelo Coelho ingressou na Justiça com um recurso contra a decisão. 

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A existência de investidores interessados em colocar recursos na empresa e a “comoção geral” provocada pela falência, principalmente por lideranças empresariais de Caxias, foram alguns dos argumentos utilizados pelo advogado. 
"Ainda há condições de a Guerra retomar as atividades, equacionar dívidas e efetivamente se recuperar, o que será inviável se aguardando o julgamento do mérito", disse Coelho à jornalista da Rádio Gaúcha, Giane Guerra.
O advogado ressaltou ainda a necessidade de que a decisão seja avaliada em duplo grau de jurisdição, considerando o impacto social. 
Apesar do recurso contra a falência, a decisão inicial da justiça é vista como correta e justa. “Não pairam dúvidas do estado falimentar em que se encontra a Guerra S.A. Implementos Rodoviários, pois, passados mais de dois anos, não logrou seguir na sua organização empresarial, tanto que, após um ano e meio do deferimento do pedido de recuperação judicial, paralisou suas atividades de produção, sendo claro o enfrentamento a credores, por insatisfação com os rumos tomados, tanto na efetiva recuperação, como nas questões do processo judicial”, disse a juíza, na decisão.
"Uma empresa que pretende se recuperar, no mínimo, tem que estar em funcionamento. Na atual situação da Guerra, a melhor alternativa e mais justa é o pagamento dos credores com a falência", destacou o administrador judicial do processo, Cristiano Franke. 
Próximos passos
- Se for concedido o efeito suspensivo, o administrador judicial retira os lacres dos imóveis e interrompe a arrecadação (processo de levantamento dos bens disponíveis para a venda). Caso o recurso seja negado, segue o procedimento e os bens podem ser negociados. Credores trabalhistas têm prioridade no recebimento dos recursos.

- A decisão sobre a falência da empresa será julgada por três desembargadores do Tribunal de Justiça, em Porto Alegre.

- Caso a posição pela falência seja mantida, ainda há possibilidade de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

- Não há uma estimativa de quanto tempo o processo levará até que se chegue a uma decisão sobre a falência.

Nos últimos anos, a Guerra Implementos Rodoviários se consolidou como a segunda maior fabricante de implementos do país, chegando a empregar cerca de dois mil colaboradores. 

TEXTO: Lucas Duarte
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