Facchini

Caminhões atolam em rodovia de MT e produtores reclamam de prejuízo

O excesso de chuvas e a falta de manutenção têm feito com que caminhoneiros que trabalham com o transporte da safra de grãos passem dias atolados na MT-358, em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá. Segundo os motoristas, quando a estrada de chão se inicia, a rodovia se torna uma armadilha pelo trecho de 150 km que liga Tangará da Serra à Reserva do Cabaçal, com muitos atoleiros.
Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra) afirmou que faz a manutenção nos pontos mais críticos da rodovia, mas que as fortes chuvas têm dificultado o serviço. A pasta não informou se tem a intenção de asfaltar esse trecho da MT-358.
Já acostumado com as condições da estrada estadual, o caminhoneiro Cleonir Soares diz que carrega uma geladeira e montou uma pequena cozinha no caminhão, para emergências como a que passou nesta semana, quando completou nove dias atolado na região.
A carga de 50 toneladas de milho que levava precisou ser retirada para o veículo ficar mais leve e facilitar o reboque. Apesar da carga de grãos ter sido salva, o motorista pontua que os prejuízos aumentam a cada dia que o veículo fica parado.
“O custo que fica em óleo diesel, manutenção, é de uns 60%. Então, sobra 40%, mas daí você tem que tirar os custos operacionais. É o desgaste de capital que você investe. E no final ainda tem os impostos. Vai sobrar em torno de 10%. É muito pouco”, afirmou.
Quase todos os caminhoneiros que passam pelos atoleiros enfrentam o mesmo tipo de problema. No trecho em questão, quase 40 produtores dependem da rodovia estadual para o escoamento da safra e reclamam que a rodovia não recebe manutenção adequada há anos. Naquela região, são produzidos cerca de quatro milhões de sacas de soja por safra, além de sete milhões de sacas de milho.
Porém, segundo os produtores, muitas vezes os grãos não chegam a deixar a lavoura, pois os produtores não encontram caminhões para fazer o transporte até os armazéns, que ficam na cidade. A saída encontrada por alguns é encomendar silos bolsas para armazenar os grãos.

Convênio
O produtor rural Luiz Carlos Ciarini afirma que um convênio no valor de quase R$ 3 milhões foi firmado entre os produtores rurais, por meio da Associação de Produtores do Chapadão do Rio Verde, e o governo do estado, na tentativa de solucionar o problema, mas nada foi feito.
“A associação fez um convênio com o governo do estado em 20 de dezembro de 2015 para que, em 2016, o governo repassasse uma verba e os produtores entrassem com 30%. Os produtores já colocaram a verba deles, mas o governo do estado simplesmente não mando a parte dele. As máquinas estão sucateadas e até hoje só tem duas patrolas rodando”, afirmou.
Segundo a Sinfra, já foi feito um repasse de R$ 160 mil para o convênio com a associação e outra parte dos recursos, num total de aproximadamente R$ 200 mil, aguarda parecer técnico para ser encaminhada.
FONTE: G1 
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