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Filial brasileira da Volkswagen apresenta a maior queda nas vendas em 2016

Balanço divulgado nesta quinta-feira, 27, pela Volkswagen, que apresenta os resultados de janeiro a setembro de 2016, mostra que o Brasil segue como o mercado que enfrenta a maior queda nas vendas de veículos da montadora, em comparação com os demais países onde a marca atua mais fortemente. No período, as vendas de veículos leves da filial brasileira recuaram 37,7% em relação a igual intervalo do ano passado, para 174,9 mil unidades.
Entre os 18 países destacados no documento, a segunda maior retração é vista na Índia, onde as vendas da empresa alemã ficaram 12,5% menores no acumulado dos nove primeiros meses do ano. O Japão teve resultado semelhante, com recuo de 12,4%. Na América do Sul, a Argentina também apresentou recuo, de 8,1%. As baixas, no entanto, não foram suficientes para impedir que a Volkswagen registrasse crescimento em todo o mundo, de 2,1%, para 7,12 milhões de veículos leves.
O Brasil já havia apresentado, no ano passado, o pior desempenho da montadora no mercado de veículos leves. À época, as vendas caíram 36,3% em relação a 2014, para 353,3 mil unidades. A segunda maior queda havia sido na Rússia, de 35%. No acumulado deste ano, o mercado russo apresenta contração bem menor, de 5,7% ante igual período de 2015.
No segmento de veículos comerciais, que considera caminhões e ônibus, o mercado brasileiro também enfrenta a maior contração. Foram 20,6 mil unidades vendidas nos nove primeiros do ano, recuo de 24,7% ante volume registrado em igual intervalo de 2015. Em todo o ano passado, a retração havia sido de 51,3%, também a mais acentuada entre os países destacados. No resultado global, as vendas de veículos comerciais da Volkswagen em 2016 tiveram expansão de 7,3%, para 483,6 mil unidades.
Situação tensa
A alemã Volkswagen disse a seus investidores que a situação macroeconômica e política do País permanece tensa. "Isso tem tido um impacto negativo no consumo por meio do crédito e nas vendas via consórcio", disse a empresa no documento.
Para a montadora, o Brasil, onde as vendas de veículos leves recuaram 37,7% no acumulado de 2016, é o principal responsável pela queda nas vendas na América do Sul, que tiveram contração de 29,1%. "O aumento do desemprego, a queda real na renda e políticas restritivas de crédito nos levaram aos menores volumes desde 2006", ressalta a Volkswagen.
A montadora disse também que a "fraca demanda doméstica, preços baixos das commodities no mercado internacional e incertezas políticas pesaram sobre o desempenho". Apesar disso, a empresa afirma que, neste ano, os níveis de produção estão registrando quedas menores do que no ano passado e que um "leve enfraquecimento da tendência negativa foi observado no fim do terceiro trimestre".
A empresa citou ainda os altos níveis de inflação para explicar o desempenho no segmento de caminhões. Na soma dos mercados de caminhões e ônibus, o mercado brasileiro teve baixa de 24,9% no acumulado do ano até setembro. "Mas aqui, também, a tendência negativa foi levemente afunilada no fim do terceiro trimestre", diz o documento.
FONTE: IstoÉ Dinheiro 
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