Facchini

Por trás das frases de para-choque

Ele já foi entregador de jornal, dono de borracharia e caminhoneiro, mas a arte de construir as famosas frases de para-choque ganhou a preferência do bauruense Elyseo de Marques Júnior, de 50 anos. Designer é o nome de sua profissão, mas ele gosta mesmo é de ser chamado de “Juninho do Adesivo”.
Filho de pai caminhoneiro e mãe dona de casa, Júnior é o mais velho em meio às suas duas irmãs. Ele nasceu e foi criado na Vila Cardia, a poucas quadras do Jornal da Cidade. Inclusive, chegou a trabalhar no JC, na época em que jornais eram entregues em bicicletas.
Contudo, o caminhão estava em seu sangue. Não demorou muito para que Júnior seguisse os passos do pai. “Caminhoneiro é igual a jogador de futebol: muda de time, mas nunca deixa a profissão”. 
Há 14 anos, Júnior descobriu uma forma de se manter na área, mas se livrar do cansaço das longas - e quase intermináveis - viagens pelo País afora. Com habilidade nata para o desenho e diversos amigos caminhoneiros, não demorou em conquistar seu espaço.
Júnior abriu um pequeno negócio, na quadra 4 da rua Minas Gerais, no mesmo bairro onde nasceu e foi criado. Lá, ele desenvolve frases e desenhos, principalmente, para para-choque de caminhões. 
Ao lado da calopsita Ito - são oito anos de companheirismo -, Júnior chega a atender até seis caminhoneiros por dia. Os desenhos e as frases - criados ou inspirados  em outros - demoram até uma hora para ficar prontos e custam entre R$ 10,00 e R$ 50,00.
Histórias 
Os 14 anos no ramo fizeram com que Júnior colecionasse histórias e provocasse, inclusive, reconciliações. “Certa vez, um caminhoneiro brigou com a esposa e pediu para que eu fizesse um adesivo com o nome dela. Ele colocou no para-choque e o casal reatou”, narra.
Entre as frases mais curiosas de Júnior, estão: “Na subida, cê me aperta. Na descida, nóis se acerta” e “Não importa o tamanho. O que vale é o estilo”. Júnior já perdeu as contas da quantidade de caminhões que chegou a adesivar, mas garante que a clientela é extensa.
O bom é que sua propaganda é feita pelo País afora, já que os clientes passam por outros Estados brasileiros. “Todo caminhão é igual. O adesivo serve para diferenciá-lo e dar voz ao caminhoneiro, ainda tão discriminado”, defende.
Portanto, Júnior acredita que, além de trabalhar no que ama, exerce um papel social de suma importância. “Além disso, com meu trabalho, criei minha família e a sustento até hoje”, diz. Quem quiser entrar em contato com ele, basta ligar no (14) 99680-6687. 
FONTE: JCNET 
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