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VUCs atenuam recuo de vendas de montadoras de caminhões

Flexibilidade e otimização. Esta é a estratégia da indústria de caminhões e implementos para atender à distribuição urbana de carga em 2016, ano que se apresenta para lá de desafiador para todos que sobrevivem do transporte. 
Mesmo com o encolhimento médio de 48% registrado nas vendas em 2015 - número que se repetiu no último mês de  janeiro -, novos modelos de leves e semileves surgem para atender às necessidades de operadores de veículos urbanos de carga, identificados pela sigla VUC. Segundo executivos do setor, o segmento continua  uma forte aposta das montadoras pelo potencial futuro de mercado. 
De acordo com Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da MAN Latin America, os caminhões compreendidos pelo conceito VUC são os que menos sofrem com a atual crise econômica. "O segmento de leves é o que vem sendo menos afetado, uma vez que grande parte do volume é bem mais pulverizada em pequenas empresas, que não vêm tendo uma queda de atividade tão significativa quanto as companhias de grande porte", diz. 
Por isso, Alouche mantém confiança na distribuição urbana realizada por VUCs devido ao aumento das restrições nos grandes centros. "Enfatizamos que esse segmento deve crescer muito nos próximos anos. A tendência é que todas as grandes cidades migrem para esse tipo de legislação, elevando o volume de caminhões leves no mercado", reforça. 
A crença de Alouche também é compartilhada pelo seu maior concorrente, a Mercedes-Benz. "Acreditamos muito no potencial de crescimento dos veículos leves e semileves para atender às aplicações do VUC", afirma Marcos Andrade, gerente de marketing do produto caminhão da Mercedes-Benz do Brasil. "Por isso, não deixamos de apresentar novidades, mesmo em um atual contexto econômico tão conturbado." 

Legislação
Andrade diz que a maior parte das vendas do VUC está concentrada no varejo. "O perfil desse cliente é formado por pequenos empreendedores de amplos segmentos econômicos", diz. "Os grandes frotistas preferem terceirizar esses serviços justamente pela dinâmica mais intensa da distribuição urbana." 
Flavio Costa, gerente de marketing e vendas da Ford Caminhões, diz que a certeza na força do segmento vem das novas necessidades do transporte.  "A expansão dos grandes centros e as legislações de trânsito urbano são fatores que determinam essa tendência, além da versatilidade econômica de combustível, capacidade de carga, robustez e custo-benefício", enumera. 
Para Costa, a configuração VUC está dentro de uma faixa que, mesmo com a queda da atividade econômica, dá sinais de que vai contribuir significativamente para a retomada da indústria nos próximos meses. "Apesar do atual quadro negativo, o Brasil tem um mercado consumidor muito grande", pensa. "O volume foi impactado como toda a indústria, mas ainda assim não reduz a importância dessa aplicação", acredita.
As soluções para o transporte urbano de carga passam por complemento de um segundo eixo traseiro para suportar maior peso e volume de carga, novas configurações de furgões, baús e chassi-cabine, além de equipamentos para serviços de roteirização de fábrica para facilitar os deslocamentos.
De acordo com Andrade, por ser competência da esfera municipal, a legislação não estabeleceu uma padronização nacional para o VUC, um desejo não só da indústria como também dos transportadores que buscam veículos que possam atender um maior número de praças em diferentes regiões. "Enquanto esta padronização não é estabelecida, buscamos oferecer soluções não só dentro do conceito VUC, bem como na esfera de veículos de carga que facilitem os deslocamentos das cargas urbanas."
Inovação
A maior evolução no conceito VUC consiste na oferta do terceiro eixo no segmento semileve - que vai de 5 a 10 toneladas de peso bruto total (PBT). Os leves têm PBT entre 3,5 a 5 toneladas.  Pensado principalmente para a distribuição de bebidas, mas com possibilidade de aplicações em todos os tipos de carga fracionada ou compacta, a solução permite sobrepeso de até 3 toneladas, aumentando a eficiência em deslocamentos em rotas urbanas com aclives ou ruas mais apertadas. A MAN Latin America, com o Work Delivery,  e a Mercedes-Benz, com Accelo, são algumas a ofertar a solução. "Torna a operação mais rentável na medida em que deixa a reposição mais dinâmica", afirma Andrade.
"Nosso semileve de três eixos já é sucesso consagrado entre nossos clientes, pois já fazíamos o modelo sob encomenda", assegura Alouche, da MAN Latin America. "Tornamos o produto um veículo de linha, pois cada vez mais clientes demandavam essa solução."
A Ford também aposta em uma configuração exclusiva de entreeixos para os VUCs na linha Cargo. "Temos versões com configuração exclusiva na configuração VUC, características técnicas que garantem aos nossos clientes excelente relação custo-benefício", diz Costa. 
FONTE: DCI 
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