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Caminhoneiros mantêm bloqueios em estradas do país nesta terça

Apesar de a presidente Dilma Rousseff ter sancionado, sem vetos, a nova Lei dos Caminhoneiros na tarde desta segunda (2), que faz parte de acordo entre governo e categoria para o desbloqueio de rodovias no país, três estados ainda têm interdições nas estradas nesta terça-feira (3): Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
No Paraná há pontos de manifestação, mas sem bloqueio de rodovias. Em Santa Catarina, todos os trechos foram liberados após duas semanas de protestos.
Uma nova reunião foi marcada entre caminhoneiros e empresários, com mediação do governo, para o dia 10 de março. O encontro servirá para que as duas partes cheguem a um acordo sobre uma tabela que calculará os novos preços dos fretes.
Em nota divulgada no domingo (1º), o governo federal afirmou que ampliará a presença de policiais nas estradas para assegurar o cumprimento de decisões judiciais que determinaram o desbloqueio de rodovias.
VEJA COMO ESTÁ A SITUAÇÃO EM CADA ESTADO:

Mato Grosso do Sul
Caminhoneiros bloqueiam trechos das rodovias estaduais MS-134 e MS-276. Cerca de 30 caminhões estão parados no km 123 da MS-134, em Nova Andradina, e outros 20 veículos bloqueiam o km 3 da MS-276, na altura de Batayporã, segundo a Polícia Militar Rodoviária.

Distrito Federal e Goiás
No Distrito Federal, um grupo de caminhoneiros de vários estados ocupava, às 7h40 desta terça, o estacionamento do Estádio Nacional de Brasília. A arena fica no centro da cidade e próximo à Esplanada dos Ministérios. Por volta das 10h, um grupo saiu em comboio e deu uma volta no estádio, escoltado por equipes do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar.
O caminhoneiro Guilherme Becke, de 76 anos, enfrentou 48 horas de viagem entre o Rio Grande do Sul e o Distrito Federal para participar dos protestos. Com 58 anos de estrada, ele foi o primeiro a chegar a Brasília na tarde de segunda-feira (2). Viúvo e pai de dois filhos, Becke afirma que a categoria jamais foi atendida no Congresso Nacional. "Nós precisamos de quase tudo, jamais fomos atendidos", disse. "Não temos mais condições de manter um caminhão. Não temos mais condições de viajar."
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) monitora cerca de 20 caminhoneiros que trafegam pelas rodovias BR-040 e BR-060 em Goiás em direção ao Distrito Federal. Nenhum bloqueio foi registrado hoje em Goiás.

São Paulo
Pela quarta vez em seis dias, os caminhoneiros da região de Assis (SP) fazem um bloqueio na Rodovia Raposo Tavares (SP-270). Nesta terça-feira, o grupo fechou as pistas a partir do km 426 da rodovia, em Palmital (SP).
Segundo a concessionária que administra a via, os caminhões estão parados em uma das pistas dos dois sentidos da rodovia, que é duplicada, e também no acostamento.
Um grupo de caminhoneiros parou no acostamento às 9h10 desta terça no km 563 da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Presidente Prudente. O trânsito foi interrompido em uma das faixas de rolamento. Por volta das 10h40, a via foi totalmente liberada. Cerca de 100 caminhoneiros participaram do ato.
Paraná
A terça-feira amanheceu sem pontos de interdição nas rodovias federais e estaduais do Paraná. Os caminhoneiros que bloqueavam as rodovias federais entre a tarde e noite de segunda-feira (2) levaram os veículos para postos de combustíveis localizados na beira das estradas ou estacionaram em recuos.
No entanto, ainda há dez pontos onde caminhoneiros fazem algum tipo de manifestação. Nestes casos, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os manifestantes obrigam caminhoneiros que não querem aderir ao movimento para os locais onde o protesto está concentrado.
Um caminhoneiro, de 26 anos, foi atropelado por outro, de 34, que tentava escapar de um bloqueio em Medianeira, no oeste do Paraná, no início da noite de segunda-feira.
De acordo com a Polícia Civil, que investiga o caso, o motorista fugiu e foi detido por policiais militares e rodoviários estaduais em Missal, também no oeste, a cerca de 30 km do local do acidente. Aos investigadores, ele disse que estava seguindo para Toledo pela PR-495, quando foi atacado por um grupo de manifestantes.

Rio Grande do Sul
Os caminhoneiros voltaram a bloquear rodovias do Rio Grande do Sul na manhã desta terça-feira (3). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), as manifestações afetam pelo menos nove trechos de rodovias federais, mas apenas em seis há bloqueios.
O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) informou que existem quatro pontos de protesto em quatro rodovias estaduais. Mas apenas a manifestação na RSC-470 restinge a passagem de veículos de carga nos dois sentidos. Nos demais trechos, não há bloqueios.
Nesta segunda, um dos protestos de caminhoneiros no Rio Grande do Sul terminou em confronto entre manifestantes e homens da Tropa de Choque da PRF e da Força Nacional de Segurança na BR-116, em Camaquã, no sul do estado. Uma pessoa foi presa.
Mais cedo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) teve que escoltar um comboio formado por 19 caminhões-tanque carregados de combustível para garantir o abastecimento. Cerca de 70% dos postos no interior do estado estão sofrendo com o desabastecimento, decorrente da paralisação dos caminhoneiros.
No domingo, foi enterrado o corpo do caminhoneiro atropelado durante um protesto em São Sepé. Ele tentava impedir a passagem de um caminhão na BR-392.

Santa Catarina
Após duas semanas de protestos, caminhoneiros liberaram todos os trechos de rodovias em Santa Catarina. Segundo o inspetor Ivo Silveira, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os últimos cinco pontos foram liberados por volta das 9h, mas ainda há manifestantes em BRs.
Até as 6h, quatro trechos em rodovias federais estavam bloqueados e em outros 11 pontos em rodovias estaduais tinham manifestantes, mas o trânsito não era obstruído.
Sem ração, animais estão morrendo em frigoríficos e propriedades rurais do estado. Por causa da paralisação, os ingredientes para fazer o alimento dos animais não chegam aos produtores, afirma o Sindocato das Indústrias e Derivados de Carne do estado.
FONTE: G1 
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