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Negociação com Mercedes-Benz em Juiz de Fora é suspensa, diz sindicato

O Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora informou, na tarde desta quarta-feira (23), que interrompeu as negociações para a suspensão temporária de funcionários da Mercedes-Benz. Segundo o sindicato, a decisão foi tomada depois de receber a informação de que a empresa vai encerrar a produção de caminhões na cidade. A assessoria de imprensa da Mercedes-Benz não confirmou que a fábrica vai encerrar a produção de caminhões e informou que as negociações com o sindicato da categoria continuam.
O comunicado, segundo o presidente do sindicato, João César da Silva, foi feito pelo vice-presidente geral da empresa a cerca de 30 funcionários durante visita à unidade nesta quarta-feira (23). "Os setores de pintura e montagem bruta, que teoricamente seriam as áreas que ficariam, têm hoje 120 trabalhadores, sendo que a área operacional produtiva, que é onde produz os caminhões, tem 450. Se vai encerrar a produção, nós estamos partindo do princípio que a fábrica montadora de veículos em Juiz de Fora terminará e será apenas um setor de autopeças. E isso não dá para a gente aceitar pacificamente", afirmou.


Negociações
No início desta tarde o G1 divulgou que o sindicato e a Mercedes-Benz estavam em negociação para a suspensão temporária do contrato de funcionários na unidade em Juiz de Fora, responsável pela produção de dois modelos de caminhões. Na ocasião, a informação foi confirmada pelo presidente do sindicato, João César da Silva. Em nota enviada ao G1, a assessoria da Mercedes-Benz havia confirmado a situação. "Estamos com algumas negociações em andamento, mas nada concretizado ainda", dizia o texto. Na cidade, segundo o sindicato, a empresa possui 750 funcionários. Destes, 140 estão em licença remunerada desde o início de junho.
Segundo João César da Silva, a medida está prevista na legislação trabalhista. “O artigo 476 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) prevê a suspensão temporária por, no máximo, cinco meses. No período, o trabalhador tem que fazer uma qualificação profissional, com carga horária de, no mínimo, 300h. O Governo Federal, via seguro desemprego, paga uma bolsa ao trabalhador nesta situação”, afirmou.
O sindicalista explicou que o funcionário deveria optar pela adesão à suspensão temporária e contou alguns termos que estavam sendo negociados sobre o assunto. “O que nós propusemos é que a empresa complemente o valor pago pelo governo aos funcionários que aderirem, até o salário que ele já recebe, e garanta a manutenção dos benefícios durante o período de suspensão”, disse. A meta seria suspender 140 contratos. E os funcionários que já estão em licença remunerada podem decidir por esta opção.
O motivo da decisão foi a readequação ao mercado após a queda da produção na unidade. “Há três anos, quando fechamos um acordo com a empresa, a previsão era a produção de 14 mil veículos. Neste ano, eles devem ficar em nove mil. Por isso, as negociações são necessárias”, disse o presidente do sindicato. Esta é a segunda vez que a empresa concede licença a funcionários. Além dos que estão em licença remunerada, em abril, a companhia deu férias coletivas para cerca de 400 trabalhadores, retomando o trabalho em maio. 
Ele também havia afirmado que, durante a suspensão, não há recolhimento de INSS dos trabalhadores e que continuava a negociação de medidas para evitar demissões em Juiz de Fora.
FONTE: G1 
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