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Caminhões levam fibras naturais nos componentes


No setor de caminhões são diversas as tecnologias empregadas para alcançar um nível melhor de sustentabilidade. As montadoras mostram que houve empenho na busca por componentes e materiais, além da utilização de combustíveis verdes, como o etanol.
A Ford utiliza PET reciclado em 100% dos veículos produzidos localmente. Em média, de 5 a 7 kg de PET reciclado estão presentes no carpete do assoalho, forração dos tetos, caixas de rodas e mantas de proteção acústica no motor. A montadora substituiu metais pesados da solda, como o chumbo.
Segundo Lúcia Rama, supervisora de engenharia de materiais e reciclabilidade da Ford na América do Sul, a utilização de materiais reciclados contribui para diminuição do uso de materiais virgens, que na grande maioria são originados nas fontes não-renováveis.
A Ford tem um projeto de fibra de sisal para substituir o plástico. "O projeto está em fase de desenvolvimento para verificar o atendimento às especificações e desempenho e características físico-químicas mínimas necessárias", explica a engenheira. Para isso, a montadora conta no Brasil com três pessoas em Camaçari (Bahia) e uma em São Bernardo (São Paulo), para assegurar que os requerimentos ambientais corporativos sejam atingidos nos programas.
Rogélio Golfarb, diretor de assuntos corporativos da América do Sul, explica que o painel do caminhão Cargo é feito com material ecológico, em polipropileno de segunda geração reforçado com fibra de sisal, patenteado pela Ford.
Ele conta que todos os caminhões Cargo da Ford, modelo 2012, têm motores que reduzem em até 80% a emissão de poluentes, em comparação com as taxas atuais. "Isso representa um ar mais limpo, sem cheiro ou fumaça. As reduções mais importantes são nas emissões de óxidos de nitrogênio e material particulado."
Na Mercedes-Benz, a novidade na linha de caminhões para 2012 é o Actros. O caminhão foi projetado para reduzir as emissões de poluentes. Tem tecnologia BlueTec 5, usada na Europa pela montadora desde 2005, e testada durante três anos no Brasil.
Cláudio Gasparetti, gerente de marketing da montadora, explica que os propulsores Bluetec 5, além de emitirem menos óxido de nitrogênio, são mais potentes e econômicos. Os caminhões têm um tanque suplementar de ureia, que é empregada junto ao cano de descarga dos veículos, catalisando as emissões.
Gasparetti explicou que com a tecnologia é possível economizar 6% de combustível. "A troca de óleo e a durabilidade do motor também são estendidas", diz.
Outra grande montadora avança no conceito de sustentabilidade. A Scania vai lançar no Brasil, em 2012, o caminhão a etanol. A montadora está apostando na versão do semipesado P 270 movido a combustível renovável. A tecnologia de baixo carbono dos motores a etanol promete reduzir em até 90% a emissão de C02.
"Adicionamos ao produto Scania mais um valor: o da 'sustentabilidade. Esta demanda partiu de alguns dos nossos clientes 'verdes' que precisam de alternativas para atender às exigências de redução no impacto socioambiental da atividade de transporte por parte dos embarcadores", afirma Roberto Leoncini, diretor geral da Scania no Brasil.
O etanol proveniente da cana-de-açúcar emite até 90% menos gás carbônico na atmosfera que o diesel e ainda proporciona a redução de material particulado, NOx (óxidos de nitrogênio) e hidrocarbonetos.
Uma parceria entre a Iveco, a FPT Industrial e a Bosch fez surgir o Iveco Trakker Bi-Fuel Etanol- Diesel 6x4, caminhão pesado. Equipado com o motor Cursor da FPT Industrial, o caminhão funciona com uma mistura de etanol e diesel.
Segundo Fabio Nicora, do departamento de engenharia avançada e inovação da Iveco, uma proporção de 40%/60% de mistura de etanol e gasóleo, provoca uma redução de combustíveis fósseis em 6%, podendo atingir ainda uma taxa maior e permitindo uma melhoria em termos ambientais, já que o etanol é um combustível totalmente renovável.
O caminhão tem dois tanques de combustível (um para etanol e outro para gasóleo), contando com uma Centralina que faz a gestão dos dois combustíveis, uma bomba de pressão para o sistema a etanol e um sensor lambda no coletor de escape.
O etanol é injetado diretamente no coletor de admissão, durante a fase de admissão. Depois da fase de compressão, o diesel é injetado para promover a combustão. Não é necessário qualquer tipo de aditivo antidetonante.
Outra participação da Iveco em projetos sustentáveis foi na parceria com a Itaipu Binacional, no desenvolvimento do Daily elétrico. É um veículo de carga movido a energia elétrica 100% limpa e renovável, equipado com baterias Zebra especiais, três vezes mais leves, que uma bateria de chumbo-ácido comum com capacidade similar de armazenamento de energia, e autonomia de 100 quilômetros entre cargas. O tempo de recarga é 8h para cada ciclo e a operação é feita por meio de uma tomada trifásica de 380V.
O primeiro protótipo chassi-cabine dupla produzido em conjunto com a Usina Binacional Itaipu leva seis passageiros mais o motorista e transporta carga útil de até 2,5 toneladas. A velocidade máxima é 70km/h. Tem autonomia de 100km.
FONTE: Newslog 
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